Dr. Strangelove, de Stanley Kubrick
3 Novembro 2009, 21h - FEUP B003
Título Original: Dr. Strangelove
EUA, 1998, 117’, M/12
Argumento: Stanley Kubrick,
Terry
Southern e Peter George
Interpretação:
Peter Sellers, George C.
Scott, Sterling Hayden, Keenan Wynn,
Slim Pickens, Peter Bull ...
Nos dias da sua estreia, Dr. Strangelove ganhou a aura encantada de um filme que, mais que uma comédia, era uma autêntica crítica à conjectura política mundial. "Antes morto que vermelho" e vice-versa, ambos lados da Guerra Fria estavam prontos para rebentar com os seus inimigos, nem que isso custasse toda a humanidade.
A Bomba tinha chegado para ficar e esta obra de Kubrick foi como um autêntico copo de água na cara das pessoas, acordando-as da estupidez politico-popular que vivam, onde a vida humana não valia mais que feijões num jogo político entre duas potências cujo objectivo era destruírem-se uma à outra.
Peter Sellers, numa brilhante representação de três personagens totalmente distintas, é ao mesmo tempo o Presidente dos EUA, o "heróico" Capitão Lionel Mandrake (o único homem no filme que, visto como um totó, é o único que lhe parece passar ao lado o porquê da guerra) e ainda o lendário Doktor Merkwürdigliebe, conhecido cientista que, com a queda do regime Nazi, emigrou para a América tornando-se conhecido como Dr. Strangelove.
A juntar a este trio de uma só pessoa, a representação neste filme fica ainda marcada com o General ‘Buck’ Turgidson (George C. Scott), o homem que vê na guerra nada mais que um jogo sem consequências e o histórico Major ‘King’ Kong (Slim Pickens) cujos gritos deixam na memória o delírio de um maníaco por armas, que morre montando um míssil atómico, sem se perceber se grita de terror ou felicidade.
Basta analisar as personagens para perceber que, passados 45 anos, o tempo provou que este é um filme intemporal, merecedor de toda a atenção de qualquer ser humano que empreste 90 minutos da sua vida para reflectir as consequências que a actuação desmedida pode causar, seja ela nos anos 60, seja ela nos dias de hoje.
André Duarte
(baseado na crítica de Roger Ebert)
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