terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Grande Lebowski, de Joel Coen e Ethan Coen

20 Outubro 2009, 21h - FEUP B003

Título Original: The Big Lebowski

EUA, 1998, 117’, M/12

Argumento: Ethan Coen e Joel Coen

Interpretação: Jeff Bridges, John Goodman, Julianne Moore, Steve Buscemi ...




"The Big Lebowski", essa obra genial dos irmãos Coen, é uma comédia que, de tão aleatória, deveria vir acompanhada do mesmo aviso que Mark Twain deu àsua obra "Huckleberry Finn": "Quem tentar encontrar um enredo aqui, deve ser abatido".

Jeff "The Dude" Lebowski, o protagonista, é-nos narrado como "o maior preguiçoso de Los Angeles", sem emprego vivendo apenas para jogar bowling, desejando uma vida sem qualquer interrupção na sua heróica sedentariedade quando nisto é confundido com um milionário chamado Big Lebowski, com consequências trágicas na sua vida mais que perfeita.

The Dude (Jeff Bridges) é "ajudado" por Walter Sobchak (John Goodman), veterano de guerra, que em qualquer situação, por mais vulgar que seja, a compara aos traumáticos momentos que viveu no Vietname, e Donny (Steve Buscemi), cuja inteligência não é ponto forte e cuja personalidade impede de, durante todo o filme, proferir qualquer frase até ao fim, sendo que os três vão tentar resolver a confusão entre os Lebowski, numa série de eventos quase irreais, mas que apesar de tudo, quase todos baseados em eventos reais e experiências dos realizadores.

Em espírito, o filme assemelha-se a "Raising Arizona", dos mesmos realizadores, no elenco de personagens peculiares cujos brilhantes diálogos fazem de “Big Lebowski” o filme mais "quotable" (em português, próprio para ser citado) de sempre, com o impressionante número de 147 excertos na secção de citações memoráveis do site IMDB.

O Grande Lebowski é, mais uma vez, um filme para ver, enxaguar as lágrimas causadas pelo riso incontrolável, rever e repetir a operação.

André Duarte
(baseado na crítica de Roger Ebert)

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Cálice Sagrado, de Terry Gilliam e Terry Jones

6 Outubro 2009, 21h - FEUP B003

Título Original: Monty Python and The Holy Grail

Reino Unido, 1975, 91’, M/12

Argumento: Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin

Interpretação: Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Palin, Connie Booth,
Carol Cleveland...

É quase consenso entre cinéfilos
e boa parte da massa crítica
que Monty Python em Busca
do Cálice Sagrado é a melhor
comédia já criada em todos os
tempos. Inspiradora de centenas,
talvez milhares de comediantes
ao redor do mundo, o grupo
britânico realizou uma obra-
prima do gênero, conseguindo
de maneira nada sutil fazer rir
ao mesmo tempo que criticava
a sociedade britânica da Idade
Média. Um dos directores é
ninguém menos que Terry
Gilliam, ainda hoje conceituado
pelas suas recentes obras (seus
filmes geralmente são obras-
primas, ou no mínimo incríveis
- Brazil - O Filme, Os Doze
Macacos são exemplos disso).
A história passa-se durante
a Idade Média, na Inglaterra,
onde o Rei Arthur parte
numa jornada em busca de
pessoal para formar o grupo
conhecido como os Cavaleiros
da Távola Redonda. Quando
consegue formá-lo, recebem a
missão divina (literalmente) de
encontrarem o cálice sagrado,
que está escondido em algum
lugar do reino britânico. Para
isso, separam-se em grupos,
cada um liderado por um dos
quatro principais integrantes,
vivendo aventuras diferentes,
mas encontrando-se todos perto do final.
O humor encontrado no filme,
mesmo que não seja atemporal,
é ainda afiado e, como já foi dito,
serve também de crítica à alta
sociedade na Idade Média. O que
dizer, por exemplo, da discussão
entre o Rei Arthur e um pobre e
desmazelado camponês sobre
Monarquia? É um texto perfeito,
aliado a um timing cómico
magistral. O filme possui uma
cena memorável atrás da outra,
e há inúmeros detalhes que
exigem atenção e fazem valer
um revisionamento da obra.
Cálice Sagrado é, antes de tudo,
uma comédia épica. A cena final
é talvez a coisa mais absurda e
sem sentido já filmada dentro do
cinema, uma espécie de auto-
paródia, ao mesmo tempo que
tenta criticar todo aquele modo
de vida sem sentido, até mesmo
ridículo, motivado pela imensa
ignorância provida nas pessoas
durante a Idade Média numa
brilhante metáfora à sociedade
contemporânea.
Monty Python e o Cálice
Sagrado é um filme para ver,
rever e reflectir. Mas sem nunca
esquecer o mais importante - rir,
o principal objectivo desta obra e
algo do qual seguramente não
será possível esquecer, nem
mesmo evitar.
Alexandre Koball
(adaptado por André Duarte)

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