O Cálice Sagrado, de Terry Gilliam e Terry Jones
6 Outubro 2009, 21h - FEUP B003
Título Original: Monty Python and The Holy Grail
Reino Unido, 1975, 91’, M/12
Argumento: Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones e Michael Palin
Interpretação: Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Palin, Connie Booth,
Carol Cleveland...
É quase consenso entre cinéfilos
e boa parte da massa crítica
que Monty Python em Busca
do Cálice Sagrado é a melhor
comédia já criada em todos os
tempos. Inspiradora de centenas,
talvez milhares de comediantes
ao redor do mundo, o grupo
britânico realizou uma obra-
prima do gênero, conseguindo
de maneira nada sutil fazer rir
ao mesmo tempo que criticava
a sociedade britânica da Idade
Média. Um dos directores é
ninguém menos que Terry
Gilliam, ainda hoje conceituado
pelas suas recentes obras (seus
filmes geralmente são obras-
primas, ou no mínimo incríveis
- Brazil - O Filme, Os Doze
Macacos são exemplos disso).
A história passa-se durante
a Idade Média, na Inglaterra,
onde o Rei Arthur parte
numa jornada em busca de
pessoal para formar o grupo
conhecido como os Cavaleiros
da Távola Redonda. Quando
consegue formá-lo, recebem a
missão divina (literalmente) de
encontrarem o cálice sagrado,
que está escondido em algum
lugar do reino britânico. Para
isso, separam-se em grupos,
cada um liderado por um dos
quatro principais integrantes,
vivendo aventuras diferentes,
mas encontrando-se todos perto do final.
O humor encontrado no filme,
mesmo que não seja atemporal,
é ainda afiado e, como já foi dito,
serve também de crítica à alta
sociedade na Idade Média. O que
dizer, por exemplo, da discussão
entre o Rei Arthur e um pobre e
desmazelado camponês sobre
Monarquia? É um texto perfeito,
aliado a um timing cómico
magistral. O filme possui uma
cena memorável atrás da outra,
e há inúmeros detalhes que
exigem atenção e fazem valer
um revisionamento da obra.
Cálice Sagrado é, antes de tudo,
uma comédia épica. A cena final
é talvez a coisa mais absurda e
sem sentido já filmada dentro do
cinema, uma espécie de auto-
paródia, ao mesmo tempo que
tenta criticar todo aquele modo
de vida sem sentido, até mesmo
ridículo, motivado pela imensa
ignorância provida nas pessoas
durante a Idade Média numa
brilhante metáfora à sociedade
contemporânea.
Monty Python e o Cálice